domingo, 29 de maio de 2011

"se calhar não volta a acontecer..."

Fim de semana atarefado.
Daqueles que apetecia que fosse agora 6ªf à noite.

Ida à aldeia visitar quem precisa.
3h para lá e mais 3h para cá.
Aeroporto de Lisboa buscar quem chega. 
A alegria do reencontro.
Regresso a casa.
Os presentes e os "souvenirs".
A emoção.
E a minha querida "obriga-me"(!!) a pôr os pés na terra, tem uma das suas crises.
Já tinham passado 2 meses e 7 dias desde a última vez e com este espaçamento de tempo vem sempre a esperança do "se calhar não volta a acontecer...". 
Infelizmente, aconteceu.
Começarei novamente a contagem dos dias em que nada acontecerá, pensando sempre que talvez esta seja mesmo a última vez.
Amanhã é 2ªf.
E a vida continua.
Olharei para o espelho e sei que vou encontrar mais um cabelo branco (ou 2 ou 3 ou...).
Não interessa.
Agora quero que ela durma.
Que descanse e que acorde amanhã, esquecida de tudo isto. 
E eu também gostava de me conseguir esquecer.

Até já!!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quem não Dava a Vida por um Amor?

Quem não Dava a Vida por um Amor? O essencial é amar os outros. Pelo amor a uma só pessoa pode amar-se toda a humanidade. Vive-se bem sem trabalhar, sem dormir, sem comer. Passa-se bem sem amigos, sem transportes, sem cafés. É horrível, mas uma pessoa vai andando.

Apresentam-se e arranjam-se sempre alternativas. É fácil.

Mas sem amor e sem amar, o homem deixa-se desproteger e a vida acaba por matar.

Philip Larkin era um poeta pessimista. Disse que a única coisa que ia sobreviver a nós era o amor. O amor. Vive-se sem paixão, sem correspondência, sem resposta. Passa-se sem uma amante, sem uma casa, sem uma cama. É verdade, sim senhores.

Sem um amor não vive ninguém. Pode ser um amor sem razão, sem morada, sem nome sequer. Mas tem de ser um amor. Não tem de ser lindo, impossível, inaugural. Apenas tem de ser verdadeiro.

O amor é um abandono porque abdicamos, de quem vamos atrás. Saímos com ele. Atiramo-nos. Retraímo-nos. Mas não há nada a fazer: deixamo-lo ir. Mai tarde ou mais cedo, passamos para lá do dia a dia, para longe de onde estávamos. Para consolar, mandar vir, tentar perceber, voltar atrás.

O amor é que fica quando o coração está cansado. Quando o pensamento está exausto e os sentidos se deixam adormecer, o amor acorda para se apanhar. O amor é uma coisa que vai contra nós. É uma armadilha. No meio do sono, acorda. No meio do trabalho, lembra-se de se espreguiçar. O amor é uma das nossas almas. É a nossa ligação aos outros. Não se pode exterminar. Quem não dava a vida por um amor? Quem não tem um amor inseguro e incerto, lindo de morrer: de quem queira, até ao fim da vida, cuidar e fugir, fugir e cuidar?



Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

terça-feira, 17 de maio de 2011

Estás bem??

Quando perguntamos a alguém ou quando nos perguntam "Estás bem??", o que queremos realmente saber? ou será que perguntamos apenas por uma questão de educação?

Até que ponto estamos realmente interessados no outro, a quem perguntamos?

Perguntamos para ouvirmos um "tudo bem" ou será que se soubermos que a resposta é diferente, longa e demorada, já não perguntamos?

Um "estás bem??", pode ser a pergunta mais banal e desinteressada, mas também pode conter preocupação, dedicação, lealdade, sentimento, amizade...

Quantas vezes perguntamos a quem temos ao lado, "estás bem"? E quantas vezes ouvimos (realmente) a resposta?

Agora pergunto eu: "Estás bem?". E, quero ouvir a resposta, seja curta ou comprida, mas que seja sincera!!!

Até já!!!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"Já perdoei erros quase imperdoáveis..."

Já perdoei erros quase imperdoáveis

Tentei substituir pessoas insubstituíveis
E esquecer pessoas inesquecíveis
Já fiz coisas por impulso
Já me desiludi com pessoas
Que nunca imaginei que me desiludiriam
Mas também desiludi alguém


Já abracei para proteger
Já ri quando não devia
Fiz amigos eternos
E amigos que nunca mais vi


Amei e fui amado
Mas também fui rejeitado
Fui amado e não amei
Já gritei e saltei de tanta felicidade
Já vivi de amor e fiz promessas eternas
Mas também me magoei muitas vezes


Já telefonei só para ouvir uma voz
E apaixonei-me por um sorriso
Já pensei que fosse morrer de tanta saudade
Tive medo de perder alguém especial (e acabei por perder)


Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida
E também tu não deverias passar!

Bom é lutar com determinação
Abraçar a vida com paixão
Perder com classe
E vencer com ousadia
Porque o mundo pertence a quem se atreve
E a vida é muito para ser insignificante.
Vive!


Autor: Augusto Branco (versão em português europeu)
Publicado em livro (c) 2010 Augusto Branco/BOOKSMILE







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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Gosto Quando Te Calas - Pablo Neruda

Gosto quando te calas porque estás como ausente
e me escutas de longe; minha voz não te toca.
É como se tivessem esses teus olhos voado,
como se houvesse um beijo lacrado a tua boca.
Como as coisas estão repletas de minha alma,
repleta de minha alma, das coisas te irradias.
Borboleta de sonho, és igual à minha alma,
e te assemelhas à palavra melancolia.
Gosto quando te calas e estás como distante.
Como se te queixasses, borboleta em arrulho.
E me escutas de longe. Minha voz não te alcança.
Deixa-me que me cale com teu silêncio puro.
Deixa-me que te fale também com teu silêncio
claro qual uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão remoto e singelo.
Gosto quando te calas porque estás como ausente.
Distante e triste como se tivesses morrido.
Uma palavra então e um só sorriso bastam.
E estou alegre, alegre por não ter sido isso.

Pablo Neruda



Ronan Keating & Rita Guerra - All Over Again

domingo, 1 de maio de 2011

Dia da Mãe

Hoje o meu dia começou com presentes, beijinhos e abraços.
Já fizémos os TPC de Inglês e agora estamos as duas a ver "Entrelaçados", um filme apetitoso, que conta a história de uma mãe e uma filha...


Soube que ía ser mãe no dia 18 de Junho de 1999.
A alegria instalou-se no meu coração.
Foram 9 meses muito sofridos e de grandes decisões, ainda assim foi a fase da minha vida em que me senti mais EU.
Costumava dizer que queria estar grávida...para sempre!

Ser Mãe será das maiores aventuras desta vida. Em que deixamos de ser "EU" para passarmos  a ser "NÓS".
Em que as noites mal-dormidas e a roupa sempre com nódoas de baba se tornam uma constante.

Ser Mãe é um desafio recheado de provas que nem sempre superamos, provas que superamos mais ou menos, provas excelentes ou mesmo provas em que fracassamos por completo. Mas...continuamos a sê-lo e a fazê-lo da melhor maneira que sabemos e conseguimos.

Muito tenho aqui escrito sobre o ser Mãe.
Tenho desabafado e partilhado a minha experiência que nem sempre tem sido doce.
Ainda assim fica aqui a minha convicção, que esta tarefa de ser Mãe tem sido a mais importante da minha vida.

Obrigada Matilde por me teres escolhido para ser tua Mãe.

Até já!!

P.S: Um Beijo às Mães. Às BOAS!!