terça-feira, 31 de julho de 2012

Morrer

Há tantas formas de morrer...

Morre-se de amores.
Morre-se de desgosto.
Morremos para uns.
Morremos para nós próprios.
Morremos para vidas antigas.

Morre-se para nunca mais voltar.
Morre-se para renascer.

Há mortes parvas.
Mortes desnecessárias.
Mortes provocadas.
Mortes escolhidas.

Continuo a acreditar que, inicialmente, não fomos feitos para morrer, daí a nossa dificuldade em lidar com a morte, em aceitá-la, em compreendê-la...

O ritual da morte avassala-nos.
Entristece-nos.
Pela perda.
Pela dor.
Pelas lágrimas de quem ficou.

O momento ultrapassa-nos.
A paz de quem partiu.
A quietude do lugar.
A angústia da despedida.
O som da terra que se abre para acolher o destino.

Deixo-me sentir a brisa.
Vejo a criança a olhar o fim.
Sei que a sua vida será diferente.
O pai já não está.
Adeus.

P.S: Dedicado a quem partiu.
       Dedicado a quem fica. 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sermos Pessoas Melhores

Há coisas que nos acontecem e fazem de nós pessoas melhores.

É curioso quando a mesma coisa acontece a duas pessoas diferentes e só uma se torna melhor...
mas isso agora não interessa...
ou talvez até interesse...
seremos uns mais permeaveis a ser bons do que os outros? Não sei.
Alguém que responda.

De qualquer forma, parece-me que existem acontecimentos que nos mudam, alteram, fazem crescer e fazem sobressair o que de melhor (ou pior) há em nós.

Há acontecimentos que nos matam, por dentro, lentamente.
Outros que nos fazem florir.

Acontecimentos que nos põem em suspenso.
Que nos obrigam a repensar a nossa vida.
Que nos obrigam a fazer opções.
Que nos obrigam a construir novos caminhos.
Que nos obrigam a escolher uma vida nova.

Há acontecimentos que nos fazem ser melhores.
Mais fortes.
Mais decididos.
Mais crescidos.
Mais "homenzinhos".

Mas também há acontecimentos que nos "encolhem".
Que nos toldam os sentidos.
Que nos moldam a mente.
Que nos marcam o corpo.
Que nos empurram futuro abaixo.

Há acontecimentos que fazem de nós o que somos agora.
Pessoas tristes.
Pessoas felizes.
Pessoas completas.
Pessoas amputadas no coração.
Pessoas doentes.
Pessoas curadas.

A mim aconteceu-me (uma coisa, muitas coisas) e eu decidi ser feliz!!

Até já!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Tomada de Consciência

Tomar consciência, seja do que for, dói.
Dói perceber e aceitar que a vida nem sempre é o que sonhámos, o que planeámos, o que queremos.

E mesmo quando definimos mudanças, para combater essa dor, continua a doer.
A mudança implica dor.
Mesmo sabendo que mudamos para melhor.

Isto de sermos humanos é uma GRANDE trabalheira.
Umas vezes não entendemos os outros, outras vezes nem nos entendemos a nós próprios.
E quando nos começamos a entender, a tomar consciência do que somos e de quem somos, volta a doer.
Assumir as nossas fragilidades, os nossos defeitos e as nossas limitações, assumi-lo a nós e depois aos outros, dói.

Dói não ser capaz de ver mais além.
Dói não ser capaz de sonhar.
Dói não ter opinião.

A mim, dói-me tomar consciência dos que os outros são.
Fracos.
Vencidos.
Egoístas.
Incapazes.
Tristes.

Até já!!

P.S: Não desisto. Continuo a acreditar no MELHOR! Que há em mim e nos outros.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sentir a falta...

Há amores que ficam.
Que nem o tempo, as circunstâncias ou as novas paixões podem apagar.

Sentir a falta de tal forma que se ouve a sua voz misturada nos sons do mundo.
Em que se pergunta a opinião como se a sua presença fosse palpável.

Há pessoas que nos esquecemos que chegaram a existir...

Mas há pessoas que fazem falta. Sempre.
Saudades que criam raízes no coração.
Saudades que trazem lágrimas e risos.
Saudades que fazem imaginar "e como seria se"...

Hoje tenho saudades do teu abraço protetor.
Hoje sinto a falta da tua boa disposição.
Hoje sinto a falta que me digas a coisa certa.
Sinto a falta das tuas imperfeições sabendo que as tuas qualidades eram superiores.
Sinto a falta de que resolvas tudo.

Foste o meu exemplo.
Ensinaste-me que aquilo que somos começa em casa.
Ensinaste-me a não ter medo, mesmo quando temos.
Ensinaste-me a não desistir.

Continuo a amar-te como te amei quando me disseste que o cordão umbilical que nos unia se estava a quebrar.

Até já, Pai! ´

P.S:És o homem da minha vida.
E continuas a fazer-me chorar tal como quando me repreendias em criança.