Depois de dias a 1000 à hora, páro.
Páro para pensar.
Páro para escrever.
Dou por mim a viver segundos constantes de descoberta infinita.
Segundos que perfazem anos de espera.
A borboleta sai do casulo e mostra as suas cores, o seu brilho.
Sou mãe de uma filha nova.
Perdemo-nos em gargalhadas e em risos cúmplices.
Dou por mim a viver aquilo que é suposto viver-se quando um bebé nasce...
A minha filha nasceu outra vez...
Diz coisas que nunca disse. Mas sempre com aquela expressão... (quem a conhece, sabe do que falo)
Faz coisas que nunca fez, com o ar mais triunfante deste planeta.
Descubro novidades em pequenos gestos, movimentos coordenados com a vontade de fazer.
A rapidez de pensamento espanta-me.
A piada certa no momento exato apanha-me desprevenida.
O sentido crítico cresce à velocidade da luz.
Vejo coisas que nunca vi.
Quem é esta miúda?
Descobre a ciência que o cérebro se regenera.
Vivo isso a cada dia. A cada instante.
Desejei em momentos voltar a ser mãe.
Descubro a cada novo dia que o estou a ser.
Sem saber.
Cada vez mais a diferença esbate-se de encontro à normalidade.
As mudanças vêm de encontro aos anos de espera.
Às lágrimas que chorei e a tudo o que, secretamente, mais desejei.
Recebo um novo milagre.
A cada dia.
A cada hora.
A cada momento.
Obrigada!
Obrigada por me teres escolhido!
Obrigada por não me teres deixado desistir.
Obrigada DEUS!
Até já!!
