Há tantas formas de morrer...
Morre-se de amores.
Morre-se de desgosto.
Morremos para uns.
Morremos para nós próprios.
Morremos para vidas antigas.
Morre-se para nunca mais voltar.
Morre-se para renascer.
Há mortes parvas.
Mortes desnecessárias.
Mortes provocadas.
Mortes escolhidas.
Continuo a acreditar que, inicialmente, não fomos feitos para morrer, daí a nossa dificuldade em lidar com a morte, em aceitá-la, em compreendê-la...
O ritual da morte avassala-nos.
Entristece-nos.
Pela perda.
Pela dor.
Pelas lágrimas de quem ficou.
O momento ultrapassa-nos.
A paz de quem partiu.
A quietude do lugar.
A angústia da despedida.
O som da terra que se abre para acolher o destino.
Deixo-me sentir a brisa.
Vejo a criança a olhar o fim.
Sei que a sua vida será diferente.
O pai já não está.
Adeus.
P.S: Dedicado a quem partiu.
Dedicado a quem fica.